Já que o edmar postou sobre o Hellblazer, que no cinema virou Constatine. Também vou falar sobre uma graphic novel que virou filme. Watchmen. Devo confessar que só li o quadrinho depois de conhecer o filme. Achei tão genial que resolvi partir para a HQ. E tive uma surpresa ao perceber a fidelidade do filme. Muitos discursos e diálogos são iguais. Até algumas poses dos personagens são iguais. E isso de certa forma refletiu no descontentamento de alguns fãs, que argumentam que o filme nada mais é que o quadrinho animado. Mesmo tendo um final diferente.
Não pretendo fazer um resumo, nem uma resenha, nem nada do tipo, visto que seria foda, pois é uma trama complexa e cheia de reviravoltas. E além do mais acabaria estragando pra quem não viu. O que pretendo dissertar sobre umas dos personagens mais completos, complexos e intrigantes que já tive o prazer de conhecer
Dr. Manhattan:
O cientista que se transformou em herói. Uma formula muito clichê, mas que nessa versão assume uma genialidade impar. Ao ser reconstruído durante um experimento de física, ganhou poderes que deixaria o super-homem com inveja. Além de poder voar e ter super-força. O Dr. Manhattan é dentre outras coisas onipresente e clarividente, ou seja, ele pode estar em vários lugares ao mesmo tempo e ainda pode prever o futuro. Isso sem contar a telecinese e a capacidade de regeneração. Quer mais?
Toda essa superpotência me fez questionar duas coisas:
1- Porque alguém que é quase um deus, tendo tudo ao seu alcance, iria se importar com a humanidade?
2- Todo esse desenvolvimento faria o bem ao homem? Todo esse conhecimento e ciência fariam o homem mais feliz?
Quando o Manhattan vai pra marte, ele desiste da humanidade. Pra ele pouco importa. Vida e morte são meras abstrações. Existe a mesma quantidade de partículas. E a terra é só um planeta dentro de um imenso universo. A clarividência que o Manhattan possui, não é uma coisa mística. Mas sim uma comprovação da realidade. Podemos dizer que é uma previsão lógica simples, do tipo o chão está molhado, logo alguém vai escorregar. Entretanto, devido à super-inteligencia, ele consegue prevê coisas em escalas maiores. Desse modo não considerando mais o tempo como uma linearidade.
O insight que muda a trama ocorre também em marte, quando a júpiter tem uma revelação através de um tipo de hipnose, ela descobre que o seu pai é o comediante. Nesse momento o Dr. Se espanta, pela primeira vez em muito tempo ele não tinha uma surpresa. E achava que não mais teria. Pela primeira vez, algo estava fora da previsão. Algo estava fora da lógica, Então ele consegue perceber todas as coisas impossíveis que ocorrem o tempo todo, e que nós não notamos. “Milagres termo-dinâmicos...eventos com casualidades tão astronômicas em oposição, que eles são efetivamente impossíveis, como oxigênio se transformando espontaneamente em ouro. Eu anseio observar algo assim.” É nesse momento que ele acorda. Mas seria como um despertar as avessas. Um despertar para a desrazão. Então ele percebe a individualidade e a importância do homem. Se ele antes achava que o homem tinha pouca importância. Agora ele percebe que o universo sem o homem não é nada. O universo precisa do homem para existir...Ou não.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
É realmente muito interessante traçar paralelos entre os super poderes das HQ's e nossa limitação humana...
Seria mais que isso meu caro t.cruz
A superpotência do Dr. Manhattan e a perfeição idealizada e contida num só ser é o ponto que faz ao longo do filme ser questionada a natureza do homem que desde a infância se é construído um pensar de competitividade que é estimulado através da busca incessante pela superação de limites existenciais.E que também os meios individuais que o homem produz para alcançar seus próprios objetivo é o que gera um novo caráter social e de efeito devastador, pois o ser humano necessita do outro para sobreviver e o que será do futuro se a essência humanitária for aniquilada por meio da ambição e de um interesse vil.
Postar um comentário